
Na entrada do sobrado pintado de verde e branco, a dona de casa Elizabeth da Silva Gualberto se mostra satisfeita com os levantamentos técnicos feitos pela turma, que reúne 10 alunos do curso superior de tecnologia em restauração do IFMG e cinco do Núcleo de Ofícios da Faop, a qual mantém um laboratório específico para dar suporte ao programa. Ao lado da mãe, Maria Pia, de 68, e dos três filhos, ela afirma que jamais teria condições de pagar por um projeto para recuperar o patrimônio de herdeiros: “Esse é um bem que vai ficar para os meus filhos. Por isso, temos que dar um jeito de preservar a casa, pois tem muita madeira podre, é perigoso”.
Assim como os demais beneficiados pelo programa, que leva em conta critérios como renda per capita, valor cultural do imóvel e estado de conservação, Elizabeth vai receber a planta aprovada pela prefeitura e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento de Ouro Preto há 71 anos. "A partir daí, vamos tentar arrumar os recursos para a obra", diz a dona de casa, com esperança. Segundo a coordenadora do Laboratório de Restauração, arquiteta Cristina Simão, o trabalho, patrocinado pela empresa Novelis, contempla aqueles que não teriam como pagar um projeto de restauração e executar as obras nas residências dos séculos 18 e 19, tão importantes no cenário da cidade, dona do título de patrimônio da humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Gustavo Werneck - Estado de Minas
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